quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Os políticos na Era da Internet




Muito tem-se falado nas últimas semanas sobre a utilização da Internet na campanha política. O presidente Lula, inclusive, sancionou hoje a nova lei que garante a liberdade de manifestação de pensamento na Internet, vedando o anonimato e assegurando o direito de resposta.

Com isso, os políticos conquistaram mais um espaço para vomitar as suas  propagandas e promessas durante a campanha.

Em vez disso, eles poderiam aproveitar a Internet para manter um contato mais próximo com seus eleitores durante todo o mandato, prestando contas de suas ações e divulgando seus projetos.

Infelizmente, isso pouco acontece. A maioria, mesmo possuindo e divulgando um endereço eletrônico para contato, utilizam-no de forma deficiente. Quando utilizam! Vejam se não tenho razão.

Nas primeiras horas do dia 18 deste mês, mandamos um e-mail para todos os 15 vereadores da cidade de Ponta Grossa (clique aqui para saber quem são), para os quatro deputados estaduais eleitos pela cidade (Jocelito Canto, Marcelo Rangel, Plauto Miró Guimarães e Péricles de Mello) e para o deputado federal Affonso Camargo, que, embora possua domicílio eleitoral em Curitiba, possui boa densidade de eleitores em Ponta Grossa. O conteúdo foi o mesmo para todos:

Prezado Vereador/Deputado. Gostaria de saber qual é a opinião de Vossa Excelência sobre a construção do novo aterro sanitário em Ponta Grossa, considerando a área escolhida e a possibilidade (expressa no contrato com a PGA) de recebimento de lixo de outras regiões do estado, incluindo a capital.

Até o momento em que escrevemos este texto, doze dias após enviada a mensagem, recebemos apenas quatro respostas. Pergunto-me por que os demais não responderam? Será por falta de intimidade com a tecnologia? Será que preferiram responder através da velha e tradicional carta e a correspondência ainda não foi entregue devido à greve dos Correios? Ou será por pura falta de consideração para com um simples eleitor preocupado em conhecer a opinião daqueles que o representam? Esquecem-se eles que o mandato que exercem foi conquistado graças ao voto desse mesmo eleitor e que, por isso, devem sim prestar contas a ele dos seus atos e dos seus posicionamentos políticos. Bem, deixemos estes de lado. Vamos falar de quem nos respondeu.

A primeira resposta veio por e-mail através da assessoria do vereador Alessandro Lozza Pereira de Moraes às 15h14 do dia 18/09 (mesmo dia em que enviamos a mensagem), nos convidando para acessar o site (http://www.alessandrolozza.com.br/) e o blog (vereador.alessandro.zip.net) do vereador para conhecermos as suas opiniões e idéias sobre o aterro. Em seu site, o vereador posiciona-se contrário à possibilidade de o lixo de outras cidades do Paraná serem dispensados em Ponta Grossa. O projeto 85/09 de autoria do vereador pede a revogação do texto da lei municipal que permite que isso ocorra.

Por volta das 19h30 do mesmo dia, recebemos uma ligação da vereadora Ana Maria Branco de Holleben. Ela disse estar ciente de que a cidade necessita de um aterro sanitário. Entretanto, não está convencida de que o local escolhido é adequado para a obra.

No dia 25/09 (7 dias depois), o vereador George Luiz de Oliveira nos mandou um breve e-mail em que diz, textualmente:

Olá Anderson, se possível venha até o meu gabinete, estarei a disposição para convesarmos sobre o assunto!
att
Um a braço
George

Em réplica ao e-mail do edil, agradecemos pela resposta e convite e solicitamos que nos encaminhe o seu posicionamento por e-mail mesmo. Não é todo mundo que consegue uma janela na agenda para visitar um vereador, não é mesmo? Vamos aguardar a resposta.

O último a nos responder foi o deputado Marcelo Rangel, através do seu assessor Leopoldo Guimarães da Cunha Neto. A resposta foi enviada hoje, às 12;34:

Anderson
Me desculpe a demora na resposta do deputado mas só hj tive a oportunidade de perguntar a opinião dele, que é a seguinte.
Ele é contra a colocaçao do aterro em area de preservaçao ambiental.
obrigado leopoldo.


Espero ainda receber a resposta dos demais vereadores e deputados. Afinal, quero saber o que eles pensam, se eles realmente me representam, se representam o pensamento da sociedade. O relacionamento contínuo com os eleitores (e não só em época de campanha) é um detalhe por muitos esquecido. Mas são detalhes como este que podem ajudar na escolha entre o "menos pior". Não é mesmo?

Pense nisso!

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